segunda-feira, 8 de julho de 2013

Bloco de notas, bloco de memória.



Acabo de abrir um bloco de desenho – tenho vários, semi-acabados, quase completos – e achei diversas coisas, boas e ruins.
Achei uma carta/mensagem que escrevi de próprio punho para enviar para algumas pessoas, ex-amigos, pessoas que se perderam ao longo do tempo, em uma época em que não conseguia, de jeito nenhum, olhar nos olhos das pessoas. Li essa carta – extensa, com várias e várias folhas – e percebi que todo aquele sentimento ali colocado, que antes era tão intenso e importante já que me fez colocar o coração no papel, ficou para trás. Assim como as pessoas a quem ela seria endereçada.
Nunca enviei a carta, pelos motivos mais importantes e também mais banais. Alguém poderia dizer que, mais uma vez, deixei uma coisa inacabada. Pode até ser, mas olhando a situação agora, quase três anos depois, vejo que isso foi um acerto. Foi a melhor coisa que pude fazer. Para quê gastar energia em uma coisa que não daria em nada? Aqui estou hoje, muito bem na medida do possível, sem muitas lembranças dessas pessoas que passaram, perguntando-me o por que de tanta preocupação.
Hoje (08/07/2013) ouvi uma frase muito interessante em um filme, mais ou menos assim: “todos os dias ao se levantar você terá que tomar uma decisão, deixar o que as pessoas falam de você ditar ou não o rumo de sua vida". Pois é. Sempre falei que isso não me preocupava. Pura falácia. Preocupou e me prendeu por muito tempo, e até hoje me esforço para vencer essa coisa, esse cancro, que me faz dar importância ao que os outros pensam. Acredito que cada dia é mais um dia, e que hoje, com a cabeça levantada, penso estar dando importância para o que é importante, a saber, preocupar-me apenas com os que se preocupam comigo. O resto, é resto. Não vale nada.
Nesse mesmo bloco tinham coisas bastante interessantes, como projetos de histórias e quadrinhos que deixei para trás. Não mais. Tenho que terminar isso, para deixar de vez esse passado e essas arestas para trás. Há um mundo todo ensolarado ai, só esperando que a gente o pegue e o aproveite. Eu só demorei um pouco para perceber.
Até.
C.

sábado, 1 de setembro de 2012

A história de um cão sem medo e seu dono palerma!





Não podia deixar de escrever algo para o mês do meu aniversário, que se deu em agosto. 35 anos é um número interessante, porque quer dizer que sobrevivi aos famigerados “27” e ao maldito “33”. Não sem sequelas, obviamente. Mas cansei de falar disso.

De qualquer maneira as lembranças voltam. Vivi uns bons 4 anos sozinho, com meus problemas financeiros, uma casa precisando de reformas, a grama alta e meus cães sem banho, mas queridos. Apesar de alguns problemas, a casa era grande e eu realmente gostava dela. Até convenci – ou fui convencido – minha esposa de morar nela comigo. Foi uma temporada ótima. Tanto que não consigo voltar para matar a saudade. No dia em que saí de lá, foi para não mais voltar.

Tinha uns bons planos para construir minha vida lá, fazer uma casa dos sonhos – dentro das possibilidades – criar meus filhos com pátio, árvores, cães e um bairro tranqüilo. Pouco me comunicava com os vizinhos, apesar de sempre tratá-los bem. A vida não era excelente, mas era boa e eu levava tranquilamente, apesar de o tic-tac do relógio ficar cada vez mais alto, no esforço de me avisar que o tempo da brincadeira estava (está) acabando. Sonhos, porém, existem para serem desfeitos.

Entre outras coisas sonhava em ver meu cão velhinho, do meu lado, como ele sempre fazia, olhando de baixo para cima. O grande amigo que nunca me faltou, que esteve ao meu lado nos piores momentos, que sabia que eu estava chegando assim que assobiava, a uma quadra de distância, o chamado que Gandalf deu ao seu cavalo branco, Scadufax. O cão de um nerd. Meu amigão que, no mês do meu aniversário, passou dessa para o lugar onde os cães vão quando se cansam desse mundo.

Depois que sai da minha casa, acabei tendo que morar em um apartamento e, consequentemente, ficou impossível levar o cão. No desespero de achar uma nova casa para Rabão, ficou resolvido que ele iria para o campo, nas terras de meu padrasto. Pelo que dizem, o “garoto” acabou se adaptando muito bem. Corria bastante, tomava banho de sanga, acompanhava – como podia – a lida no campo. Isso durou seis meses. Obviamente um cão “cosmopolita” não estava preparado para o campo e seus perigos.

Meu amigo, aquele para quem nunca tive a chance de dar um adeus, que não me abandonou e recebeu tão pouca gratidão de mim nos seus últimos momentos, morreu picado por um escorpião. Não sei se fiquei insensível depois de alguns acontecimentos, mas só senti essa morte após uma semana. Quer dizer, ainda sou um cara meio incrédulo com as coisas. E agora não passa um dia que não lembre o meu companheiro.

Queria que as coisas tivessem sido diferentes, amigo do meu coração. Mas é como disse antes, sonhos existem para serem desfeitos.

Adeus, amigo. E feliz aniversário para mim.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Duas palavras sobre morcegos.

DIA: 26/07/2012

Declaro que:
Queria muito ver TDKR hoje, na pré-estreia. Vários motivos jogam contra, então não deu. Ai pensei em amanhã (27/07), dia da estréia nacional, e novamente compromissos me impedirão de fazê-lo. Os que me conhecem sabem o quão anioso estou para ver o filme. Tentei me programar, mas, oh, porca miséria, não deu.

Então vai ficar para segunda. Eu com dor no coração, necas de grana, e uma vontade desgraçada de me perder em uma história que, desculpem os chatos, me agrada muito, me faz viajar e sair, pelo menos por alguns momentos, dessa agrura que é a vida.

Fim.

p.s. Esse é o grito de socorro de um nerd frustado, mas esperançoso.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

10 a BAFO!!



Estou tomando nota do que deixei para trás. Preciso fazê-lo, sob pena de entrar em uma deprê foda. Então ai vai: Lembro como era bom morar na vila militar de Canoas, onde quebrei o braço ao cair de bicicleta e levei uma bela paulada no supercílio ao entrar numa briga generalizada de moleques insanos. Bom que foi só um grande susto, sem grandes consequências.

Lembro da última vez que vi meu pai, correndo na rodoviária de Porto Alegre para me entregar um refrigerante, com o ônibus saindo e eu dando risada, ele idem, vermelho do esforço. Dias depois a coisa ficou confusa, porque tivemos que voltar as pressas de São Chico,  já que ele havia sofrido um ataque cardíaco, e falecido.

Depois veio o Colégio Militar, as amizades nerds e insanas com tardes gastas dentro do Planeta Proibido, uma das únicas importadoras de Gibis de Porto Alegre, onde contava as moedas para poder comprar apenas uma revistinha, que hoje em dia não vale nada. Eita, nóis. Trauma mesmo foi quando tive que sair do CMPA (e não me orgulho disso) por falta grave. Ai as coisas parecem que ficaram mais rápidas. Fui para um colégio particular cheio de mim, só para descobrir que não sabia nada de nada.

Mesmo assim fiquei "amigo" dos caras, até porque tenho 1.90 e descobri que todos jogavam basquete. Nada como o esporte para quebrar o gelo. Ganhei medalhas, namorei umas garotas, e jogava, jogava e jogava, em todo o tempo livre que tinha. Era uma época boa, e ainda não tinha idéia de que poderia ganhar algo desenhando "monstros", como dizia meu irmão. Isso durou um ano, quer dizer, um dos melhores anos...

Passei para outro colégio, fiz curso técnico, joguei basquete, mas nada mais foi como antes. Fui trabalhar, aprendi a fazer algo da vida, comecei a beber (com 20 anos, o precoce!!) e achava que iria ficar rico. Casei pela primeira vez, comprei um carro, fui morar sozinho, ainda pensando que a vida era um mar de rosas. Rebolava para pagar a faculdade, trabalhar, manter uma casa, e acabei parando de desenhar. Com o tempo, comecei a ver que o trabalho não era lá essas coisas, apesar de o salário ser bom.

A vida então me alcançou. Me separei, vendi o carro, sai do trabalho. Mas no meio disso tudo, conheci uma pessoa maravilhosa, e percebi que mesmo depois de tudo dar errado, as coisas ainda podem melhorar. Voltei a desenhar, e dessa vez decidi que ficaria rico desenhando. Casei novamente. Desenhei. Procrastinei. Ganhei um afilhado. Perdi algumas (ou várias) oportunidades

Então veio o tombo, longo e profundo. E esse doeu. Ainda dói. Mesmo assim, parece que o sol não desistiu de brilhar para mim. Mudei de cidade, mudei de vida, e agora corro contra a máquina, contra o tempo. Ainda estou casado, mas não estou rico. Ainda desenho, mas parece que não muito bem, porque não consigo ganhar dinheiro com isso. Amigos? Acho que realmente nunca tive. Porque meu conceito de amizade não parece ser o mesmo das outras pessoas.

Hoje? Hoje sou um cara meio solitário e, olhando para trás, percebo que sempre foi assim. Nunca gostei de comemorar aniversário, sempre sai das festas antes dos outros, nunca me abri muito com alguém. Bebo menos do que antes, cozinho relativamente bem e tenho as manhãs livres. Estou com a faculdade trancada e sem previsão de volta. Tenho um emprego, nada diferente dos outros, que não me dá nenhum prazer, mas paga as contas. Mas pelo menos acordo ao lado de uma pessoa linda, e isso é encorajador. Lamento mesmo é não ter meus cachorros por perto. 

Agora, é só tocar para frente. E criar coragem para suportar as decepções (e felicidades, porque não?) que a vida ainda tem reservadas para mim.
c.s.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

K.

Nesses longos dias que vão tomando minha vida, tomei o hábito quase perigoso de ler tudo o que me cai na mão. Ou para esquecer, ou para passar o tempo, certamente para me divertir. Ai vai de tudo, leio biografia, livro de fantasia, aquele onde o inverno está chegando, outro de ficção (os meus preferidos), e cabe até um autor brasileiro, vez por outra.

Confesso que cada dia tenho mais certeza que dá para substituir os livros pelas pessoas. Ele pelo menos não te julga, não te olha torto, e te leva a lugares incríveis.

Que venha o próximo, porque já estou na página 201 do que estou lendo. Quase acabando.

c.c

sexta-feira, 9 de março de 2012

Sem palavras #0001!


Lá vai. Começando o diário gráfico. Ou não. Apresetando : Sem Palavras.
p.s. Ainda estou pensando qual vai ser a cor da tira, portanto, esperam mudanças.

TeChau.

quinta-feira, 8 de março de 2012

OIDOCU, sem comics!

As vezes me pego pensando como fazer o tempo durar mais. Quer dizer, o que penso mesmo é como não perder tempo. Tenho a nítida sensação de que sempre estou correndo atrás do prejuízo. Talvez seja verdade. Certo é que nunca aprendi a organizar meu tempo - porque cada um tem o seu tempo, dentro das 24 horas que alguém, lá no passado, nos obrigou a respeitar.

Porque isso agora? Ué, demorei tudo isso porque ainda não era "tempo" de fazer um mea culpa. Assim, finalmente (já era tempo!!), estou planejando outros rumos para esse blog. Ele foi concebido como um canal para "mostrar" meu trabalho com os famigerados Minicomis, que publiquei de maneira medieval lá nos idos de 2007. Oidocu era a "editora" dessas obras. Obviamente o canal foi transformando-se e acabou se tornando no meu "olá, mundo, olha eu aqui, me contratem, me dê trabalho!!!", e etc.

Engraçado é ver que sempre postei muito mais textos do que desenho no blog. Na real, gosto muito de escrever. Pensei nisso por tanto tempo que deicidi transformar isso aqui em algo como um diário ilustrado. Boa, não? Com o tempo (sempre ele), vou fazer umas mudanças no layout, etc e etc. Quanto a arte em si, a coisa que gosto de fazer e que me faz pensar que as coisas sempre podem ser melhores, ainda vai estar por aí, ou no deviantart, ou em outro blog, quem sabe?

Procura lá, se valer a pena! Melhor ainda, se der tempo.


c.s.
 
p.s. O desenho ai é um dos esboços que fiz para o desenho de uma cena de uma hq medieval. Quase utilizei ele, mas acabei optando por outro. De qualquer maneira, não vai ficar anônimo.