quarta-feira, 17 de agosto de 2011

34, mas com gosto de 68!


Fico pensando se ainda vale a pena escrever e postar algo por aqui, mas vá lá, hoje é meu aniversário. Vou me dar esse direito.

Passei pela “idade de cristo” e sobrevivi. O que não quer dizer que não tenha carregado minha cruz. Quer dizer, ela ainda me traz dores até hoje. O dia chegou e pus-me a olhar para trás. Minha esposa diz que estou “xixi-cocô”. Na realidade estou mesmo é ficando velho. Pior, ainda estou com as mesmas dúvidas de quando tinha metade de minha idade.

O que fazer então? Como sair desse ciclo? Como deixar passar e, nessa nova vida – porque, literalmente, aos 34 anos, começo tudo do zero – seguir por um caminho diferente? Melhor ainda: como manter-me longe de minha fenomenal capacidade de foder com tudo? É de se pensar.

34 é um ótimo número. Lembra-me que tenho pouco tempo para qualquer coisa que planeje fazer com uma quase insignificante carreira de ilustrador/desenhista. Lembra-me também que adoraria ter um filho, mas que não tenho nenhuma segurança econômica para criá-lo de maneira digna. Lembra-me que tenho uma família pequena, mais unida, um grande amigo em meu irmão, e a melhor companheira que jamais poderia esperar em minha esposa. Lembra-me que tenho uma mãe nordestina, que ruge como uma leoa. É nisso que tenho que me prender para tocar à frente, sob pena de cair no buraco da loucura e da mediocridade.

Às vezes, queria estar longe, talvez em um balão, o mais alto possível. Dia desses me peguei pensando que poderia ocorrer uma grande catástrofe mundial e, assim, quem sabe, poderia “dar a volta por cima”, recuperar meu orgulho, etc, etc. No fim das contas, isso seria uma fuga e, hoje, aos 34 anos, tudo o que eu não quero é fugir, nas sim, tomar as rédeas da minha vida e completar o resto da minha caminhada com dignidade.

Nunca tive muitos amigos, sei lá por qual motivo. A maior parte foram colegas, conhecidos, estranhos que sabiam meu nome. Não sei o motivo. Talvez eu seja complicado. Certamente não sou baba-ovo. Quer dizer, sempre fui um cara introspectivo, por mais que se pense o contrário. Assim, os parabéns vieram mesmo de quem mau me conhece (excetuando-se a família, claro!!). Mesmo assim tenho saudade de tomar uma ceva e jogar conversa fora, discutir sobre algum livro ou filme, enfim... Saudades.

Pensando melhor eu tenho saudades de um grande amigo, que no momento mais difícil encostou o focinho na minha perna como se pedisse “calma”, e que agora está sozinho, para minha vergonha. Que certamente estaria do meu lado esperando um afago, sentindo de longe meu humor, sem me julgar, sendo o que sempre foi... meu amigo. Meu vira-latas não está comigo agora, por força do destino. E sei lá porque, ao terminar esse texto, só penso nele. Sozinho, como que abandonado. Tento pensar em como resolver isso e, como sempre, não sei o que fazer. Quero acreditar que vou conseguir ajudá-lo, mas não tenho certeza. Sendo sincero, é a única criatura de quem realmente sinto falta.

Queria que estivesse comigo, amigo.